Meus (Janine) Comentários sobre o Rio Eridanus




Os desenhos formados pelas estrelas - AS CONSTELAÇÕES - são como janelas que se abrem para a infinitude do universo
e que possibilitam nossa mente a ir percebendo que existe mais, bem mais, entre o céu e a terra...;
bem como percebendo que o caos, vagarosamente, vai se tornando Cosmos e este por nossa mente sendo conscientizado.

 Quer dizer, nossa mente é tão infinita quanto infinito é o Cosmos.

  
Com um abraço estrelado,
Janine Milward

Eridanus


A selection of hand-colored engravings from Uranometria
Published:  Ausburg  1603
Dimensions:  Paper size app 15 1/2 x 12 inches




MEUS (Janine) COMENTÁRIOS SOBRE O RIO ERIDANUS




O RIO ERIDANUS NASCE BEM AOS PÉS - estrela-beta Orionis, Rigel -
 DO GIGANTE CAÇADOR ÓRION.


A estrela-beta Eridanii, Cursa, 
aponta para este lugar de nascimento do Rio dos Céus Estrelados.





Houve um tempo quando o final do Rio Eridanus
 era marcado pela estrela-teta Eridanii, Acamar.


No entanto, este Rio ganhou mais terras, foi alongado,
 até a representante de sua Foz, a estrela-alpha Eridanii, Achernar!






Nosso Rio Eridanus brasileiro bem pode ser representado como o Rio Amazonas, 
não é mesmo?





O alongamento do Rio Eridanus faz muito sentido, 
a partir do ponto de vista de que a belíssima Achernar, a Foz do Rio dos Céus Estrelados,
 vem anunciar a chegada de Argo Navis, o Navio!




Constelación Argo Navis, G. Mercator, año, 1.551


Programa Stellarium
 Programa Stellarium



QUANDO ACHERNAR APONTA NO HORIZONTE SUDESTE
eu gosto de estar jantando (ou tomando meu desjejum!) 
- e minha sala-de-refeições é como uma varanda aberta para o Sítio das Estrelas
 e para o céu estrelado.


Uma estrela pisca me chamando: é Achernar!  
Ei-la que surge majestosa, iluminando os céus bem ao sul, 
apontando para o Rio Eridano, 
sinuosamente enredilhando-se pelas terras desde os pés do Gigante Caçador
 até desaguar suas águas através esta maravilha que vem anunciando a chegada do mar!


É realmente muito agradável termos uma bela visão dos céus bem mais ao sul 
- apesar de que, confesso, a multidão de pequenas constelações ainda me confunde,
 ainda não sei bem delinear muitas delas, deixo-me envolver por um certo tom de caos...,
 talvez parecido com o inicial caos que teria advindo aos observadores dos céus, 
há alguns poucos séculos, 
quando aproveitaram as caravelas arrojadas e desbravadoras 
de novos mares nunca dantes navegados
 (e também os navios a vapor) para conhecerem as estrelas buscando o sul...   


Penso que o sul traz um tom de fantasia, de imaginação solta, de paraíso na Terra, algo assim
 - e também de desejo e de concretização de ideais e de situações agradáveis, confortantes ao coração.  
Quer dizer, as constelações bem mais ao sul que foram sendo figuradas,
 delineadas e nomeadas, 
expressam, de alguma forma, estas questões.  


Uma questão bastante fundamental 
é o fato de que para bem podermos conhecer os céus estrelados mais ao sul, 
é preciso que estejamos em lugares de céus escuros e transparentes 
e, preferencialmente, em noites sem-Lua.

(De uma maneira geral, as pessoas se mostram surpresas 
quando eu digo que o melhor momento para o observador de estrelas 
acontece quando Selene está ausente - nem que seja por algumas horas, 
em tempos de Lua de Nova a Crescente ou de Lua Minguante a Nova!).

No caso do Rio Eridanus, eu somente consigo delineá-lo nos céus estrelados
 quando a noite é escura, bem escura
 - pois que as estrelas que compõem a sinuosidade maravilhosa
 apresentada por esta constelação 
são luzes não muito iluminadas - 
com a fantástica exceção da estrela-alpha Eridanii, Achernar!


Quando Achernar entra em cena no horizonte sudeste,
 o céu vem apresentando situações muitíssimo interessantes: 
O Escorpião apronta-se para deitar-se no horizonte oeste
 e isto significa que o Gigante Órion 
já tem toda a intenção de apresentar-se no horizonte leste!  
E sabemos que a estrela que marca 
um dos pés do Gigante Caçador, Rigel, estrela-beta Orionis, 
acontece exatamente no lugar onde o Rio Eridanus nasce
 e é marcado por sua estrela-bela Eridanii, Cursa.

No entanto, antes mesmo de o Gigante surgir no horizonte leste 
e ainda contando com a presença de Escorpião rastejando pelos céus do oeste,
 o Rio Eridanus já se insinua através sua Foz enriquecida pela estrela-alpha Eridanii, Achernar!

Este é um momento de céu estrelado apresentando-se de maneira radiosa! 

 Existe a junção entre o Escorpião e o Sagitário
 nos introduzindo aos caminhos que nos levam ao centro da Galáxia!

Capricórnio e Aquário também apresentam-se de maneira bem interessante 
quando em noites de céus escuros e transparentes e sem Lua 
porque sempre vejo uma "fraldinha" sendo delineada pelo Capricórnio 
e fico rindo e sorrindo diante das estrelinhas em zigue-zague 
que podemos encontrar no Aguadeiro!

É certo que também o Grande Triângulo do Norte encanta nossa visão mais ao norte, 
não é verdade, com as presenças das constelações da Águia, da Lira e do Cisne 
e esta figura triangular acontecendo através suas estrelas-alpha,
 respectivamente Altair, Vega e Deneb.

Muito me encanta o fato de que o Grande Quadrado formado pelo Cavalo Alado Pegasus
 me faz recordar que se eu olhar diretamente para o sul, 
irei encontrar as duas Nuvens de Magalhães sempre nos induzindo à dúvida:
 serão nuvens reais passeando pelo céu e tão próximas de nós....
 ou serão as Nuvens que, na verdade, 
são galáxias atuantes em nosso chamado Grupo Local?  
É uma dúvida muito emocionante, eu penso.


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Ainda existem outras questões bem importantes
 que envolvem a entrada em cena nos céus estrelados do sul 
da constelação do Rio Eridanus:  
Se você olhar atentamente a carta celeste,
 verá que a pequena constelação Fornax, a Fornalha,
 é quase que inteiramente envolvida 
por uma das sinuosidades por onde o Rio Eridanus passa. 
 E também, olhando um tantinho ao sul,
 você perceberá a presença da constelação Dorado, o Peixe Dourado.

Esse lugar no céu - imenso espaço! -, revela Aglomerados e Voids
 e são conhecidos como Fornax Cluster e Eridanus Cluster e Fornax e Eridanus Void. 
 A bem da verdade,
 muitas das vezes o Leitor encontrará a menção da constelação Fornax
 nomeando Aglomerado e Void 
- nem sempre o nome Eridanus estará sendo mencionado
 (ou mesmo o nome Dorado, em alguns casos).

Porém, ainda mais importante, a meu ver, 
é o fato de que é possível que exista o maior Void já encontrado
 exatamente na direção da constelação Eridanus.

Tudo isso quer significar que 
sempre que estivermos observando a constelação do Eridanus , 
em uma de suas curvas de Rio, 
saberemos que além, muito além de nossa visão apenas física, 
existe um mundo imenso, gigantesco, 
um mundo de galáxias aglomeradas e também um mundão de Vazio.  

Quer dizer, Luz e Vazio existem para ainda além do Rio.








































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Achernar busca seu lugar mais alto no céu estrelado do sul 

enquanto Canopus, estrela-alpha Carinae, surge no horizonte sudeste
 anunciando o Argo Navis, 

o Navio flutuando nas águas dos grandes rios ou dos mares 
que acolhem as águas advindas do Eridanus através sua Foz, a bela Achernar.  
Assim, o céu estrelado mais ao sul torna-se um lugar realmente encantador e bem iluminado
 por estas estrelas tão chamativas!

O Escorpião já desapareceu no horizonte oeste 
- o que significa que o Gigante Órion pode surgir no horizonte leste 
e testemunhando o lugar onde o Rio Eridanus nasce: a seus pés,
 através a bênção de sua belíssima estrela-beta Orionis, Rigel 
(e o termo Rigel quer dizer pé - assim como vemos Regulus nomeando a pata do Leão; 
assim como vemos Rigel Kent, Rigel Centauri, nomeando a estrela-alpha do Centauro 
e sua importância como pertencente ao sistema estelar mais próximo a nós).



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Quando Achernar alcança seu lugar mais alto nos céus estrelados do sul, 
acontece uma situação muitíssimo interessante: 
visualmente, Canopus, estrela-alpha Carinae, e Achernar, estrela-alpha Eridanii, 
apresentam-se num mesmo nível 
e enfeitam imensamente o céu sulino e cativam nosso olhar.

O Gigante Órion também alcança o zênite e suas três estrelas formadoras de seu Cinturão 
- Alnilan, Alnitak e Mintak -,
 sorriem para nós como se fossem as Três Marias 
(porque são assim nomeadas popularmente).

Existem momentos muito importantes no céu:
um desses momentos é representado pelo Mito de Andromeda e Perseus.
 A bem da verdade, Cepheus e Cassiopeia já saíram de cena
 (e principalmente para mim porque estão tão ao norte que não posso alcançá-los).
Pegasus também voa alhures, carregando consigo a Princesa Acorrentada.
No entanto, Perseus permanece e sempre mostrando a cabeça deceoada da Medusa
 bem como os Peixes que nadam nos mares onde Cetus, o Monstro Marinho, a Baleia, nada
com seu corpanzil feito de estrelas bem delineadas.

Os mares do norte vão concluindo e dando lugar à terra firme onde o Carneiro, Aries,
e o Touro pastam.  

O outro momento fantástico
 é revelado pela caudalosa fumacinha branca de estrelinhas de algodão
 formando a Via Lactea e iluminando imensamente esta parte do céu,
 desde o norte até o sul!

E, sem dúvida alguma,
sempre a presença da estrela mais linda e mais cantada, Sirius,
 estrela-alpha Canis Majoris,
nos faz vibrar o coração.


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O tempo passa, a noite vai empurrando suas estrelas sempre do leste para o oeste...,
e o Gigante Órion se esconde novamente da visão do animal rastejante, o Escorpião,
que começa a surgir no leste.

O Rio Eridanus também desaparece, deixando as maravilhas dos céus estrelados do sul
 acontecerem através o Navio que mostra por inteiro
e navegando placidamente, através o Centauro
sempre guardando consigo nosso Cruzeiro do Sul.

Os Gêmeos Castor e Pollux, sempre juntos e conversando entre si,
anseiam pelo momento de se apresentarem do outro lado do mundo...,
enquanto o Caranguejo ainda se insinua e nos embevece a visão de sua Colmeia de Abelhas,
 berço de estrelinhas-bebês em seu ventre.
 A Hydra é sempre um prazer de ser vista, enredilhando-se espaçosamente
desde o Caranguejo até quase a Balança
e carregando consigo o Sextante, a Taça e o belíssimo voo do Corvo.
O garboso Leão dos céus ruge, sempre sendo
 seguido pela virginal Virgem que esconde mil e um segredos!  

Sempre em tempos de céus escuros, bem escuros e transparentes,
a visão da Cabeleira de Berenice é algo absolutamente inesquecível!
 E, certamente, Spica, estrela-alpha Virginis, e Arcturus, estrela-alpha Bootes, rivalizam em suas luzes e nos fazem felizes.

Com um abraço estrelado,
Janine Milward



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