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MEUS (Janine) COMENTÁRIOS SOBRE O RIO ERIDANUS
O RIO ERIDANUS NASCE BEM AOS PÉS - estrela-beta Orionis, Rigel -
DO GIGANTE CAÇADOR ÓRION.
A estrela-beta Eridanii, Cursa,
aponta para este lugar de nascimento do Rio dos Céus Estrelados.
Houve um tempo quando o final do Rio Eridanus
era marcado pela estrela-teta Eridanii, Acamar.
No entanto, este Rio ganhou mais terras, foi alongado,
até a representante de sua Foz, a estrela-alpha Eridanii, Achernar!
Nosso Rio Eridanus brasileiro bem pode ser representado como o Rio Amazonas,
não é mesmo?
O alongamento do Rio Eridanus faz muito sentido,
a partir do ponto de vista de que a belíssima Achernar, a Foz do Rio dos Céus Estrelados,
vem anunciar a chegada de Argo Navis, o Navio!
Constelación Argo Navis, G. Mercator, año, 1.551
Programa Stellarium
Programa Stellarium
QUANDO ACHERNAR APONTA NO HORIZONTE SUDESTE,
eu gosto de estar jantando (ou tomando meu desjejum!)
- e minha sala-de-refeições é como uma varanda aberta para o Sítio das Estrelas
e para o céu estrelado.
Uma estrela pisca me chamando: é Achernar!
Ei-la que surge majestosa, iluminando os céus bem ao sul,
apontando para o Rio Eridano,
sinuosamente enredilhando-se pelas terras desde os pés do Gigante Caçador
até desaguar suas águas através esta maravilha que vem anunciando a chegada do mar!
É realmente muito agradável termos uma bela visão dos céus bem mais ao sul
- apesar de que, confesso, a multidão de pequenas constelações ainda me confunde,
ainda não sei bem delinear muitas delas, deixo-me envolver por um certo tom de caos...,
talvez parecido com o inicial caos que teria advindo aos observadores dos céus,
há alguns poucos séculos,
quando aproveitaram as caravelas arrojadas e desbravadoras
de novos mares nunca dantes navegados
(e também os navios a vapor) para conhecerem as estrelas buscando o sul...
Penso que o sul traz um tom de fantasia, de imaginação solta, de paraíso na Terra, algo assim
- e também de desejo e de concretização de ideais e de situações agradáveis, confortantes ao coração.
Quer dizer, as constelações bem mais ao sul que foram sendo figuradas,
delineadas e nomeadas,
expressam, de alguma forma, estas questões.
Uma questão bastante fundamental
é o fato de que para bem podermos conhecer os céus estrelados mais ao sul,
é preciso que estejamos em lugares de céus escuros e transparentes
e, preferencialmente, em noites sem-Lua.
(De uma maneira geral, as pessoas se mostram surpresas
quando eu digo que o melhor momento para o observador de estrelas
acontece quando Selene está ausente - nem que seja por algumas horas,
em tempos de Lua de Nova a Crescente ou de Lua Minguante a Nova!).
No caso do Rio Eridanus, eu somente consigo delineá-lo nos céus estrelados
quando a noite é escura, bem escura
- pois que as estrelas que compõem a sinuosidade maravilhosa
apresentada por esta constelação
são luzes não muito iluminadas -
com a fantástica exceção da estrela-alpha Eridanii, Achernar!
Quando Achernar entra em cena no horizonte sudeste,
o céu vem apresentando situações muitíssimo interessantes:
O Escorpião apronta-se para deitar-se no horizonte oeste
e isto significa que o Gigante Órion
já tem toda a intenção de apresentar-se no horizonte leste!
E sabemos que a estrela que marca
um dos pés do Gigante Caçador, Rigel, estrela-beta Orionis,
acontece exatamente no lugar onde o Rio Eridanus nasce
e é marcado por sua estrela-bela Eridanii, Cursa.
No entanto, antes mesmo de o Gigante surgir no horizonte leste
e ainda contando com a presença de Escorpião rastejando pelos céus do oeste,
o Rio Eridanus já se insinua através sua Foz enriquecida pela estrela-alpha Eridanii, Achernar!
Este é um momento de céu estrelado apresentando-se de maneira radiosa!
Existe a junção entre o Escorpião e o Sagitário
nos introduzindo aos caminhos que nos levam ao centro da Galáxia!
Capricórnio e Aquário também apresentam-se de maneira bem interessante
quando em noites de céus escuros e transparentes e sem Lua
porque sempre vejo uma "fraldinha" sendo delineada pelo Capricórnio
e fico rindo e sorrindo diante das estrelinhas em zigue-zague
que podemos encontrar no Aguadeiro!
É certo que também o Grande Triângulo do Norte encanta nossa visão mais ao norte,
não é verdade, com as presenças das constelações da Águia, da Lira e do Cisne
e esta figura triangular acontecendo através suas estrelas-alpha,
respectivamente Altair, Vega e Deneb.
Muito me encanta o fato de que o Grande Quadrado formado pelo Cavalo Alado Pegasus
me faz recordar que se eu olhar diretamente para o sul,
irei encontrar as duas Nuvens de Magalhães sempre nos induzindo à dúvida:
serão nuvens reais passeando pelo céu e tão próximas de nós....
ou serão as Nuvens que, na verdade,
são galáxias atuantes em nosso chamado Grupo Local?
É uma dúvida muito emocionante, eu penso.
Programa Stellarium
Ainda existem outras questões bem importantes
que envolvem a entrada em cena nos céus estrelados do sul
da constelação do Rio Eridanus:
Se você olhar atentamente a carta celeste,
verá que a pequena constelação Fornax, a Fornalha,
é quase que inteiramente envolvida
por uma das sinuosidades por onde o Rio Eridanus passa.
E também, olhando um tantinho ao sul,
você perceberá a presença da constelação Dorado, o Peixe Dourado.
Esse lugar no céu - imenso espaço! -, revela Aglomerados e Voids
e são conhecidos como Fornax Cluster e Eridanus Cluster e Fornax e Eridanus Void.
A bem da verdade,
muitas das vezes o Leitor encontrará a menção da constelação Fornax
nomeando Aglomerado e Void
- nem sempre o nome Eridanus estará sendo mencionado
(ou mesmo o nome Dorado, em alguns casos).
Porém, ainda mais importante, a meu ver,
é o fato de que é possível que exista o maior Void já encontrado
exatamente na direção da constelação Eridanus.
Tudo isso quer significar que
sempre que estivermos observando a constelação do Eridanus ,
em uma de suas curvas de Rio,
saberemos que além, muito além de nossa visão apenas física,
existe um mundo imenso, gigantesco,
um mundo de galáxias aglomeradas e também um mundão de Vazio.
Quer dizer, Luz e Vazio existem para ainda além do Rio.
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Achernar busca seu lugar mais alto no céu estrelado do sul
enquanto Canopus, estrela-alpha Carinae, surge no horizonte sudeste
anunciando o Argo Navis,
o Navio flutuando nas águas dos grandes rios ou dos mares
que acolhem as águas advindas do Eridanus através sua Foz, a bela Achernar.
Assim, o céu estrelado mais ao sul torna-se um lugar realmente encantador e bem iluminado
por estas estrelas tão chamativas!
O Escorpião já desapareceu no horizonte oeste
- o que significa que o Gigante Órion pode surgir no horizonte leste
e testemunhando o lugar onde o Rio Eridanus nasce: a seus pés,
através a bênção de sua belíssima estrela-beta Orionis, Rigel
(e o termo Rigel quer dizer pé - assim como vemos Regulus nomeando a pata do Leão;
assim como vemos Rigel Kent, Rigel Centauri, nomeando a estrela-alpha do Centauro
e sua importância como pertencente ao sistema estelar mais próximo a nós).
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Quando Achernar alcança seu lugar mais alto nos céus estrelados do sul,
acontece uma situação muitíssimo interessante:
visualmente, Canopus, estrela-alpha Carinae, e Achernar, estrela-alpha Eridanii,
apresentam-se num mesmo nível
e enfeitam imensamente o céu sulino e cativam nosso olhar.
O Gigante Órion também alcança o zênite e suas três estrelas formadoras de seu Cinturão
- Alnilan, Alnitak e Mintak -,
sorriem para nós como se fossem as Três Marias
(porque são assim nomeadas popularmente).
Existem momentos muito importantes no céu:
um desses momentos é representado pelo Mito de Andromeda e Perseus.
A bem da verdade, Cepheus e Cassiopeia já saíram de cena
(e principalmente para mim porque estão tão ao norte que não posso alcançá-los).
Pegasus também voa alhures, carregando consigo a Princesa Acorrentada.
No entanto, Perseus permanece e sempre mostrando a cabeça deceoada da Medusa
bem como os Peixes que nadam nos mares onde Cetus, o Monstro Marinho, a Baleia, nada
com seu corpanzil feito de estrelas bem delineadas.
Os mares do norte vão concluindo e dando lugar à terra firme onde o Carneiro, Aries,
e o Touro pastam.
O outro momento fantástico
é revelado pela caudalosa fumacinha branca de estrelinhas de algodão
formando a Via Lactea e iluminando imensamente esta parte do céu,
desde o norte até o sul!
E, sem dúvida alguma,
sempre a presença da estrela mais linda e mais cantada, Sirius,
estrela-alpha Canis Majoris,
nos faz vibrar o coração.
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O tempo passa, a noite vai empurrando suas estrelas sempre do leste para o oeste...,
e o Gigante Órion se esconde novamente da visão do animal rastejante, o Escorpião,
que começa a surgir no leste.
O Rio Eridanus também desaparece, deixando as maravilhas dos céus estrelados do sul
acontecerem através o Navio que mostra por inteiro
e navegando placidamente, através o Centauro
sempre guardando consigo nosso Cruzeiro do Sul.
Os Gêmeos Castor e Pollux, sempre juntos e conversando entre si,
anseiam pelo momento de se apresentarem do outro lado do mundo...,
enquanto o Caranguejo ainda se insinua e nos embevece a visão de sua Colmeia de Abelhas,
berço de estrelinhas-bebês em seu ventre.
A Hydra é sempre um prazer de ser vista, enredilhando-se espaçosamente
desde o Caranguejo até quase a Balança
e carregando consigo o Sextante, a Taça e o belíssimo voo do Corvo.
O garboso Leão dos céus ruge, sempre sendo
seguido pela virginal Virgem que esconde mil e um segredos!
Sempre em tempos de céus escuros, bem escuros e transparentes,
a visão da Cabeleira de Berenice é algo absolutamente inesquecível!
E, certamente, Spica, estrela-alpha Virginis, e Arcturus, estrela-alpha Bootes, rivalizam em suas luzes e nos fazem felizes.
Com um abraço estrelado,
Janine Milward
Programa Stellarium
Title: Le Globe Celeste
Map Maker: Pherotee De La Croix